Calma!
Não, eu não estou com nenhuma informação privilegiada do Mark Zuckenberg. Também não andei vendo nenhuma previsão de videntes e astrólogos….
Fiquei só refletindo mesmo. Refletindo sobre como seria a vida sem o Instagram.
Me perguntando:
Será que teríamos mais a perder… ou a ganhar?
Uma coisa é fato:
Se o Instagram terminasse amanhã, ia ter muita gente perdida sem saber o que fazer naqueles momentos de tédio. Sem saber pra onde olhar quando ninguém olha para elas. Sem ter pra onde fugir quando a vida off-line tá uma barra…
Ia ter muito digital influencer passando fome e tendo que buscar outras maneiras de ser influente por aí.
Sim. Sem a proteção dos filtros e das fotos com direção de arte, muitas sub-celebridades, do dia para noite, viraram pessoas normais. Reles mortais.
E até mesmo os não tão populares assim ficariam menos interessantes…
Claro! Nada mais poderia ser produzido. Maquiado. Selecionado a dedo.
Sem aquelas fotos de dar inveja, sem aquela vida perfeita e sem aquele namoro dos sonhos sendo a todo momento esfregado na cara da sociedade…
… sem tudo isso, muita fada sem defeitos voltaria a ser gente como gente.
Por falar nisso, se o instagram terminasse amanhã, muitos relacionamentos voltariam a ser reais.
Seria o fim das declarações suplicando por validação. Das fotos montadas. Dos textões apaixonados arrancando suspiros na timeline como se não existissem discussões pesadas todos os dias em casa…
Aliás, talvez só assim as declarações acontecessem à moda antiga: com olhos nos olhos e sem platéia para assistir e avaliar quantos likes esses principezinhos merecem.
As pessoas se preocupariam menos em parecer felizes, e mais em ser felizes de verdade.
Ia ter muita viagem perdendo a graça, ou muito destino sendo repensado. Afinal de contas, se não é para postar foto na frente do ponto turístico, para que ir para essa porra de lugar?
Por outro lado, uma viagem nunca seria tão bem aproveitada antes:
Seria ZERO preocupação com fotos. Com stories. Com boomerangs…
… E TODA preocupação voltada em curtir os dias de férias ao máximo.
E sabe do que mais?
Até alguns eventos poderiam perder o sentido. Porque pense só:
Pra que gastar uma grana federal no noivado, no chá de revelação do sexo do bebê, na renovação dos votos e em tantas outras oportunidades incríveis de produzir boas fotos, se não é para gerar conteúdo de #tbt nas redes sociais? ?
Se o Instagram terminasse amanhã, as conversas nas rodas de amigos seriam mais profundas.
Não iam ter updates da vida alheia para comentar. Não ia ter foto bizarra para julgar. Nem aquele acontecimento bafônico para confabular a respeito.
Sem poder falar “Você viu o que aconteceu?”. Ou “Você viu o que o fulano fez?”, a saída seria perguntar para outro “Como você está, meu amigo?”. “Me fale mais sobre a sua vida”.
É verdade que a comunicação com aquelas pessoas aleatórias, de quem você jamais teria notícias se não fosse pelo app, ficaria limitada.
Mas sabe o que também é verdade?
Que quem realmente importa pegaria o telefone e ligaria para saber como você está. Como acontecia antigamente, saca?
Aliás, fica a dúvida:
Se o Instagram terminasse amanhã, quantos amigos de verdade te restariam? Quantas pessoas estariam, de fato, te seguindo?
Pois é…
Pode me chamar de old school. De antiquada. De analógica…
Mas deu saudade da época em que eu recebia postal em casa. E não uma notificação de nova foto ou story.
Se o Instagram terminasse amanhã, eu continuaria a mesma. Você continuaria o mesmo. Seus seguimores continuariam os mesmos.
Mas a imagem que o resto do povo tem da gente…. essa, sim, nós precisaríamos construir de novo. E agora de verdade.
Sem filtros. Sem make das japas. Sem deletar a foto ou o vídeo que não ficaram bons e fazer outra vez…
Para valer.
Com abraço, ao invés de like. Com dedicação, ao invés de comentário. Com atitude, ao invés de selfie.