Levante essa cabeça, rapaz! Tem tanta gente incrível que adoraria ser o seu mozão

Pode até parecer papo de mãe esperançosa, mas não é. Acredite: tem um monte de gente incrível por aí que adoraria ser seu namorado.

Sim senhor!

E, quando eu falo namorado, não me refiro a um caso de one-night stand. Digo namorado mesmo, companheiro de verdade, relacionamento sério, piroca exclusiva, mudança de status no Facebook, aliança no dedo – ou seja lá que outra prova de comprometimento faça sentido para você.

Se isso é quase loteria no meio gay?

Talvez.

Mas o fato é que, por mais que os descamisados do Grindr sugiram o contrário, lá no fundo, há um grande desejo geral por sentimentos verdadeiros.

Sei que agora você só consegue lembrar da sequência traumática de rejeições – e que a sua bunda ainda está doendo do último pontapé que levou – mas lembre-se: existem mais de 7 bilhões de pessoas no mundo.

Preste atenção em algo curioso: desses 7 bilhões, tem muito homem gay solteiro, maior de idade, assumido, com os exames em dia, que tem internet móvel (e perfil em um monte de redes sociais) e que está sofrendo pelo mesmo motivo que você.

Aliás, você se surpreenderia com a quantidade de e-mails que eu recebo todos os dias de homens gays que buscam algo diferenciado, que já estão cansados de encontros sem futuro e querem mesmo um parceiro para a vida.

Então, reflita comigo: se existe tanta gente perdida, tanta gente carente de afeto, talvez suas almas gêmeas estejam circulando por aí nessa mesma multidão, não acha?

Mas por que diabos ninguém encontra ninguém?

Acontece que nós aprendemos desde cedo com o cinema, com a televisão e com a literatura que amores são perfeitos e eternos.

Daí você espera um boy bater na porta com uma lista infindável de características que pediu para o gênio da lâmpada – sem se dar conta de que nem gênio da lâmpada nem o tal boy existem.

Quer ir na loja e encontrar nas prateleiras amores de filme. Prontos pra consumo. E com validade vitalícia.

E, quando dá de cara com alguém que não é bem o tipo físico que você imaginava, que não gosta exatamente das mesmas coisas que você, que curte outra posição na hora do sexo, ou que, simplesmente, tem um corte de cabelo engraçado, você já pula para o próximo.

Claro, você sabe que, num mundo em que encontros são tão fáceis, a gente não para de ter novas possibilidades.

Se um não preencheu currículo, outro o fará. E logo ali na esquina. Ou no próximo match.

Então, por que dedicar mais tempo para conhecer a fundo uma pessoa, não é mesmo?

Basta um celular, um rápido cadastro e pronto: você já tem um menu completo de caras, literalmente, ao alcance dos seus dedos.

Percebe o problema?

Há quem diga que as novas tecnologias tornaram as relações mais vazias.

Verdade ou mentira, o fato é que, do mesmo jeito que conseguir sexo hoje em dia é tão banal quanto passar o dedo da direita para a esquerda, sumir da vida de alguém nunca foi tão fácil.

Só precisa apertar os botões “bloquear”, “excluir”, “desafazer amizade” e pronto. Página virada!

Pare, tá bom?

Não é assim que a coisa funciona. Você não se apaixonará perdidamente apenas por uma boa foto e descrição de perfil seguidas de poucas horas de conversa jogadas fora.

Infelizmente, amor e companheirismo não vêm com GPS ou sinal de wifi.

Aquele cara sarado do aplicativo não será o homem da sua vida só porque ele tem quadradinhos na barriga. Nem aquele outro mais jovem, nem o mais bem dotado, nem o mais rico.

Revise suas prioridades e refaça esse checklist. Ok?

O problema dos solteiros (gays e héteros) são os próprios solteiros. A vontade de viver uma relação de verdade não mudou, eles é que se tornaram exigentes demais para coisas que nem sempre fazem sentido.

Falta bom senso. Falta abrir os olhos para procurar o que realmente interessa, para focar no conteúdo e não só na aparência. Falta disposição para se doar, para compartilhar.

Além do mais, vivemos em uma geração de relacionamentos no estilo “ejaculação precoce”. De pessoas covardes, que se envolvem, mas depois se afastam porque preferem ficar se escondendo atrás dos seus traumas.

Eu já fiz isso, seu amigo já fez isso e você, provavelmente, fez também.

E sabe por quê?

Porque é mais fácil se acomodar nas múltiplas possibilidades da solteirice, reclamando que as mágoas deixaram marcas ou dizendo “ninguém me ama, ninguém me quer”.

Pense em todos os caras legais que você deixou passar pela sua vida. Até quando você vai ficar se sabotando por medo ou estereótipos inalcançáveis?

Tem um monte de gente incrível que adoraria ser o seu mozão.

Homens interessantes existem aos montes. Mas, se você não fizer um esforço, se você não der tempo para que eles brilhem, talvez nunca os enxergue.

Levante essa cabeça, rapaz! Pare de reclamar e preste atenção nas suas atitudes – e nas daqueles que estão à sua volta.

Até a Cinderela teve que sair do castelo para encontrar o príncipe encantado!

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