Talvez você conheça alguém que era super bom aluno no colégio, que tirava sempre as melhores notas e humilhava qualquer um na prova de matemática, mas hoje anda aí, meio perdido pela vida.
São os famosos academicamente brilhantes, mas emocionalmente ineficientes. Conhece alguém?
Daí aquele outro ex-colega, que repetia de ano, que sempre pegava recuperação e matava aula adoidado, agora tem a sua própria empresa e é um empreendedor de sucesso.
Como isso é possível?
Bom, o que eu vou dizer agora pode parecer um pouco pesado, um pouco controverso, mas o fato é que você foi enganado a sua vida escolar inteira.
Sim.
Te fizeram acreditar que estudar para a prova bastaria. Que tirar um 10 te faria ser uma pessoa diferenciada. Que ter um diploma nas mãos e muitos títulos no currículo, automaticamente, te garantiria prosperidade.
Só que isso está longe de ser a realidade…
E não me entenda mal:
Eu sempre fui uma ótima aluna.
Dessas que todos queriam sentar por perto na hora das provas (para colar, claro). A primeira da classe. A que tirava as melhores notas. A oradora da turma. A que tinha o respeito e admiração dos professores.
Mas quer saber a verdade?
Trocaria tudo isso, sem nem pensar duas vezes, por umas boas aulas de desenvolvimento pessoal. Jogaria cada prova gabaritada no lixo por um bom tapa na cara. Rasgaria cada boletim com 10 em troca de boas lições sobre como controlar as emoções.
Teria sido mais fácil…
Ninguém ensina na escola, mas não é a inteligência intelectual que vai fazer a diferença na sua vida.
Se você quiser ter sucesso, se você quiser ser feliz e realizado de verdade, precisará de uma boa dose de inteligência emocional.
Sim, meu amigo.
Pouco interessa o seu conhecimento se você não tem autoconhecimento para lidar com ele.
Simples assim.
O seu QI pode até ajudar você a entrar na faculdade e a passar nas provas. Mas será a sua inteligência emocional que te fará gerenciar o estresse, o medo e as tantas outras emoções que você, inevitavelmente, terá que encarar lá fora, no mercado de trabalho.
Diversos estudos científicos já comprovaram: pessoas com altos níveis de IE são melhores empreendedores, melhores líderes e têm melhores desempenho nas empresas.
Inclusive, os especialistas recomendam que os contratantes deem mais valor à IE de um candidato, do que ao seu QI (Quociente de Inteligência).
E se a inteligência emocional é assim tão indispensável no âmbito profissional, para os relacionamentos pessoais então, nem se fala.
Há pesquisas que sugerem que pessoas que desenvolveram a inteligência emocional na adolescência (ou no início de sua fase adulta) não apenas têm mais sucesso nas suas profissões, como vivem relacionamentos amorosos longos e estáveis.
Como você acha que conseguirá conquistar e manter aquele namoro que tanto deseja?
Já te digo:
Não será se deixando afetar pela sua ansiedade, nem pelo seu constante medo de se frustrar. Não será enlouquecendo com a primeira crise de ciúmes. Não será se diminuindo pela sua falta de confiança e autoestima.
Será somente (e apenas) reconhecendo o próprio estado emocional, para, assim, lidar com ele da melhor forma possível.
Portanto, grave bem:
Saber controlar as suas emoções, expressar seus sentimentos e entender os anseios e dores dos outros é fundamental para garantir a felicidade nos seus relacionamentos, sejam eles quais forem.
Você se considera emocionalmente inteligente?
Então, responda rápido: sim ou não?
- Você, frequentemente, tem a sensação de que os outros não entendem o que você fala e isso te deixa frustrado?
- Você se surpreende quando as outras pessoas se sensibilizam com seus comentários e sempre acha que elas estão exagerando?
- Você acha que ter uma boa relação com as pessoas do seu trabalho não é algo importante?
- Você cria, com relação aos outros, as mesmas expectativas que tem sobre si mesmo?
- Você culpa os outros pelos seus problemas?
- Você acha irritante quando alguém espera que você saiba como ele (a) está se sentindo?
Se você respondeu sim para uma ou mais das perguntas acima, desculpa, mas a sua habilidade de controlar emoções anda precisando de umas aulinhas…
As 5 habilidades das pessoas emocionalmente inteligentes
Reconhecido internacionalmente como o pai da Inteligência Emocional, Daniel Goleman é psicólogo, escritor e PhD da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
O especialista foi o responsável por popularizar o conceito de IE em todo o mundo, por meio do seu livro best-seller “Emotional Intelligence – Why It Can Matter More Than IQ?” (traduzindo para o português, “Inteligência Emocional: Por que ela pode importar mais que o QI?”).
De acordo com Goleman, existem 5 habilidades essenciais para o desenvolvimento da inteligência emocional – as três primeiras se referem aos sentimentos próprios e as duas últimas aos sentimentos das outras pessoas.
São elas:
#1. AUTOCONHECIMENTO EMOCIONAL
Segundo o livro, a autoconsciência é o primeiro grande diferencial de alguém com IE alta.
Claro, não poderia ser diferente.
Pessoas emocionalmente inteligentes têm um maior autoconhecimento e, com isso, uma maior capacidade de reconhecer os próprios limites emocionais e, também, sociais.
Elas sempre sabem o que está acontecendo.
O porquê estão sentindo o que estão sentindo. O porquê os outros estão sentindo o que estão sentindo (e consequentemente, agindo como estão agindo). E, dessa forma, não são pegas de surpresa.
Sabem que os sentimentos vêm e vão, por isso não se apegam à nenhuma emoção. Simplesmente entendem qual é a melhor maneira de lidar com ela.
#2. AUTOGESTÃO EMOCIONAL
Pessoas que são emocionalmente inteligentes não deixam as suas emoções controlá-las: elas mostram a essas emoções quem é que manda.
Os emocionalmente inteligentes são verdadeiros chefes das próprias emoções: gerem, delegam tarefa, mandam sair de férias. Dizem quais deveriam trabalhar mais e quais deveriam trabalhar menos.
Eles também são brutalmente honestos consigo mesmos, pois conhecem exatamente quais são as suas forças e fraquezas.
#3. AUTOMOTIVAÇÃO
Ninguém está livre de ter um dia ruim. Vez ou outra, todos temos. É normal, e humano, ser invadido por uma onda de bad de vez em quando.
Agora, como vamos lidar com um mau sentimento, está totalmente sob nosso controle.
Os emocionalmente inteligentes sabem disso: eles são capazes de continuar realizando tarefas, independentemente das frustrações e das angústias.
Eles sabem que até uma emoção ruim pode servir como combustível para seguir na direção dos nossos objetivos.
Aliás, pessoas com alta inteligência emocional não fazem o papel da vítima: elas assumem a total responsabilidade por suas vidas e por como se sentem em qualquer situação.
#4. CONSCIÊNCIA SOCIAL (ou reconhecimento das emoções em outras pessoas)
Aqui entra a famosa, e tão necessária, empatia.
Empatia, para quem não está muito acostumado com o conceito, significa ser capaz de reconhecer como alguém se sente e ter compaixão por esse alguém.
Sabe quando você não entende porque aquela pessoa agiu com você de determinada forma e acaba levando sempre para o lado pessoal?
Pois é.
No momento que você se torna emocionalmente inteligente, passa a entender, também, as emoções, necessidades e preocupações das outras pessoas.
Como resultado, se sente mais confortável e bem recebido socialmente. E mais: consegue, facilmente, reconhecer as dinâmicas de poder em um grupo ou organização.
#5. GESTÃO DE RELACIONAMENTOS
Você sabe como desenvolver e manter boas relações, administrar conflitos , comunicar com clareza, inspirar e influenciar os outros?
Os emocionalmente inteligentes sim.
Eles são mestres no que diz respeito a cultivar bons relacionamentos, sejam eles profissionais ou pessoais.
Acho que nem preciso comentar a importância disso, não é mesmo?
Somos seres sociáveis e precisamos dessa riqueza de contato com outras pessoas para vivermos felizes.
Acredite: até o mais antissocial dos indivíduos não conseguiria viver sozinho.
Claro que, antes de mais nada, devemos estar bem conosco mesmos. Mas, ainda assim, todos precisamos de pessoas.
Pessoas para confiar, pessoas para compartilhar, pessoas para gostar, ou, quem sabe, apenas para tomar um drink no final do expediente…
E a inteligência emocional te proporciona exatamente isso: qualidade no convívio com mais pessoas.
Você controla as suas emoções, ou elas te controlam?
Vou insistir na pergunta, porque isso é bem importante.
Medos. Stress. Culpa. Ansiedade. Falta de confiança. E tantas outras coisas que, vez ou outra, te fazem explodir e te tiram o sono…
Você controla essas emoções, ou elas te controlam?
Até quando?
Lembre-se: a qualidade da sua vida é determinada pela qualidade do seu controle emocional.