Se é real/oficial, eu não sei. Mas pelo menos é o que a ciência anda dizendo por aí…
Devo confessar que meus melhores amigos gays têm um irmão (hétero) mais velho. Além deles, conheço váaarios outros que são o caçula de uma família de dois filhos (sendo o primeiro ht).
Coincidências da vida, sempre pensei.
Até que dei de cara com este estudo e descobri que o “fenônomeno” pode ter mais explicações do que imaginava…
A pesquisa, conduzida pelo cientista canadense Ray Blanch, é clara e reta na afirmação: irmãos mais novos têm mais probabilidade de serem homossexuais.
O pesquisador acompanhou 7 mil pessoas e viu que a maioria dos gays nasce depois de irmãos homens e heterossexuais. O efeito é conhecido como fraternal birth order effect (efeito fraternal da ordem de nascença, em tradução livre).
Blanchard e o colega Anthony Bogaert calcularam que cada irmão mais velho aumenta em 33% a possibilidade de o menor se sentir atraído por homens.
Isso quer dizer que um menino com 3 irmãos mais velhos tem o dobro de possibilidade de ser gay que outro sem irmão mais velho. Um menino com 4 irmãos mais velhos tem o triplo.
Importante: a descoberta se aplica apenas a irmãos homens. Ter irmãs mais velhas não altera a probabilidade do irmão ser gay.
Por que isso acontece?
Agora vem a parte curiosa…
Para alguns, a explicação está na convivência familiar: depois de dar à luz vários homens, a mãe trataria o caçula como a menina que ela não teve.
Os irmãos mais velhos também tenderiam a “dominar” o mais novo, influindo nos seus sentimentos sobre si e os demais.
Mas a hipótese mais forte vem mesmo da biologia.
Os fetos masculinos trazem proteínas masculinas no seu cromossoma Y, conhecidas como o antigénio H-Y. Só que essas proteínas talvez acionem uma reação imunológica na mãe ao produzirem substâncias que ameaçam seu equilíbrio hormonal.
Funcionaria mais ou menos assim: para se proteger, o corpo da mãe dispararia um alarme para produção de anticorpos contra as proteínas ou hormônios masculinos do bebê.
Daí o acúmulo de anticorpos maternos (deixados no corpo da mãe pelos filhos anteriores, do sexo masculino) pode atacar os antigénios presentes no sistema do filho que estaria sendo gerado.
Em outras palavras, a reação produzida pelo sistema imunológico da gestante dificultaria a ação das proteínas que fariam o cérebro do feto posterior se desenvolver como heterossexual.
Faz sentido para você?
Se quiser saber mais sobre o estudo, confira aqui uma entrevista com o próprio Dr Ray Blanchard.