7 coisas que gays assumidos gostariam de ter sabido antes de sair do armário

Medo. Angústias. Incertezas.

Quem já disse em alto e bom tom as três palavras “eu sou gay” sabe que a fase pré-saída do armário vem acompanhada de um turbilhão de sentimentos.

Não é para menos. Tá aí um dos momentos mais complicados – e mais importantes – que um homossexual passa na vida.

Claro que hoje em dia a coisa anda bem mais acessível que antigamente. Só que bem mais acessível não quer dizer fácil.

Até porque, se fosse essa barbada, não existiria tanto homem com 40, 50 anos pegando boy a sete chaves, não é mesmo?

É óbvio que você não deve satisfações de quem dorme do outro lado da sua cama para ninguém.

Porém, você não precisa sair para a balda LGBT com pânico de ser descoberto. Não precisa apresentar um namorado como melhor amigo. Muito menos se sentir um criminoso beijando outro cara na rua.

Você não precisa, nem deve, passar por nada disso.

É por esse motivo que assumir a homossexualidade é não só um ato privado, mas social.

Não tem jeito. Se você quiser viver de maneira plena, essa porta precisa se abrir. Essa cara linda precisa ser colocada no sol.

Então, para facilitar esse processo (e antecipar algumas descobertas), separamos aqui hoje 7 coisas coisa que todo gay assumido gostaria de ter escutado antes de sair do armário.

Confira:

#1. Ser gay é apenas um dos seus vários outros atributos

Descreva você mesmo em 3 adjetivos. Os 3 primeiros que vierem à sua cabeça. Vamos lá. Rápido.

Tenho certeza que “gay” não está entre eles, verdade? Se sim, acho que é o caso de você buscar ajuda profissional para se aceitar melhor…

Eu, com certeza, jamais me descreveria como “hétero”. Isso é tão insignificante, isso diz tão pouco sobre mim.

Antes de sair do armário, muitos homens pensam que, no momento que se definirem como gay, o mundo vai enxergá-los de outra forma. Como se nada mais importasse, apenas o fato de serem homossexuais.

Não, né?

Ser gay é apenas um dos seus mil outros atributos. Você continua sendo a mesma pessoa, cheia de qualidades incríveis. Não tenha medo de mostrar essa pessoa ao mundo!

Se você vai se deparar com preconceituosos que te tratarão diferente por causa da sua orientação sexual? Sim.

Mas eles saberão tão pouco sobre você… mal sabem o que estão perdendo!

#2. Você não conseguirá prever a reação de todo mundo

Dá até para supor, imaginar, especular, mas você nunca saberá com certeza qual será a reação das pessoas quando descobrirem sobre a sua sexualidade.

Cada um reage de uma maneira, normalmente é assim que funciona. Amigos, pais e irmãos têm tempos diferentes de assimilar a ideia do amigo/filho/irmão gay.

Alguns podem demorar anos, outros meses, outros semanas e há aqueles que chegarão de imediato e dirão: “Mas eu sempre soube! Tava só respeitando o seu tempo e esperando você me contar!”.

Talvez alguém que parecia mega mente aberta pode entrar em choque nos primeiros dias. Ou aquele que tinha pinta de homofóbico pode se revelar super compreensível. Você nunca sabe.

Seja como for, nunca encare uma cara de espanto seguida de minutos de silêncio como uma rejeição. Eles podem estar apenas digerindo a notícia.

E, no caso de uma reação muito negativa, esteja preparado. Já pense no que irá falar, no que irá fazer.

Antecipar um cenário caótico faz com que quebremos o medo em pequenos pedacinhos. Ter um plano de ação ajuda a reduzir a ansiedade: nos enchemos de confiança para superar qualquer dificuldade que apareça pelo caminho.

Escolher bem a primeira pessoa para contar pode ser chave para te ajudar em todo o processo. Um irmão, a mãe ou uma tia que sempre te entendeu melhor que todo o resto da família fazem a diferença na hora do pontapé inicial. Confiança (e planejamento) é o grande segredo aqui.

Se você sente que é o seu tempo para assumir para seus pais, faça. E aceite a condição que, a partir de então, é o tempo deles que deverá ser respeitado.

#3. Quando o filho sai do armário, os pais entram

Depois de sair do armário, você entende que, mesmo para os pais mais mente aberta, essa notícia não deixa de ser um choque. Afinal de contas, ela pode representar o fim de muitos sonhos.

Talvez os seus pais sonhassem com você casando na igreja com uma esposa maravilhosa e tendo filhos também maravilhosos. E, muito embora tudo isso ainda seja possível, eles precisarão de algum tempo para aceitar que a esposa será esposo e o filho será adotado.

De certa forma, você acaba de mudar a vida deles para sempre.

Por isso, tenha o máximo de compaixão que puder, mostrando que entende os seus sentimentos, mas sendo firme e dizendo que esses sonhos eram deles, não seus.

Note que, em alguns pais, poderá surgir o sentimento de culpa.

São bem comuns perguntas do tipo: “A culpa é minha?” ou “O que aconteceu para você ficar desse jeito?”, como se houvesse acontecido alguma “falha” na educação.

Pais solteiros tendem a se culpar mais do que os outros, acreditando não terem sido um modelo de relações heterossexuais positivo para o filho.

Seja como for, evite deixá-los associar a “culpa” a alguma coisa ou a alguém. Tranquilize-os, dizendo que não há nada que eles poderiam ter feito para influenciar a sua sexualidade.

Há, também, famílias que preferem ignorar o fato, escondendo o problema embaixo do tapete. Isso porque aceitar um filho gay pode significar ter que encarar que talvez não estejam sendo tão compreensíveis e prestativos como deveriam.

Às vezes, o pai ou a mãe (geralmente o pai) pode levar mais tempo para aceitar o notícia do que o outro. Prepare-se para esse cenário, também.

#4. É sua tarefa construir o seu próprio modelo de relacionamento

A maioria dos gays cresce em famílias heterossexuais e passa boa parte da infância e da adolescência sem nem conhecer um casal gay.

Desde cedo, é ensinado que homens namoram mulheres. Que casam. Quem têm filhos E que, no mínimo, o mesmo é esperado de você.

Na escola, ninguém fala sobre homossexualidade. Muito menos em casa. Até pouco tempo atrás não se falava nem nas novelas, quem dirá nos programas infantis…

Aliás, quem dera existisse um aula obrigatória de sexualidade, já nos primeiros anos de vida. Que alguém aparecesse na frente do quadro negro e dissesse mais ou menos assim:

“Olha, meu querido, você pode gostar de mulher. Mas pode gostar de homem também. Aliás, você pode gostar dos dois se quiser, viu? Você pode gostar de se vestir de mulher. Pode até sentir que está no corpo errado. E pode querer se relacionar com mulheres, mesmo mudando para o corpo de mulher. Tá tudo bem, tudo certo.”

Mas não é o que acontece.

Para um menino gay, não é dada outra possibilidade se não ser hétero. E daí, claro, ele cresce acreditando que só assim poderá ser considerado “normal”.

A relação do papai e da mamãe pode até ser linda, mas ela não é a única forma de amor que existe, meu bem.

Infelizmente, ninguém vai te ensinar isso. Você aprenderá com a vida.

Depois de sair do armário, você deverá desconstruir tudo que aprendeu e construir o SEU ideal de relacionamento.

Essa tarefa será única e exclusivamente sua.

Vale destacar ainda que a falta de literatura específica sobre o tema e de especialistas em aconselhamento para casais gays também torna essa empreitada uma aventura ainda mais solitária.

Claro que hoje em dia, felizmente, cada vez mais estão surgindo profissionais dedicados a esse mercado. De todas as formas, o “amparo” para relacionamentos heterossexuais ainda é infinitamente maior.

Mas, fique tranquilo. É por isso que estamos aqui.

#5. A sua vida não fica melhor imediatamente

Você vai tirar um peso das costas? Sim, uma tonelada. Vai ver o sol brilhar do outro lado da porta? Vai. Vai, finalmente, abandonar a dupla personalidade? Com certeza!

E tudo isso vai ser lindo. Mas, não se engane: sua vida não ficará melhor imediatamente.

A sua família pode ainda não te aceitar completamente. Aliás, falando em família, por algum tempo, tudo vai girar em torno da sua saída do armário. Durante algumas semanas você vai ser o centro das atenções, já aviso, mas logo isso passa.

Outro ponto importante: só porque você saiu do armário, não quer dizer que já lide bem com os seus sentimentos, angústias e incertezas.

Você pode ainda carregar uma carga pesada de homofobia internalizada e terá que buscar maneiras de livrar-se desse veneno.

Então, vá com calma.

A pressa pode te causar mais problemas que soluções. Você corre o risco de se apaixonar muito rápido e se machucar. Pode se envolver em relações sexuais pobres (e sem proteção). Pode entrar num ciclo vicioso de relacionamentos vazios, porque ainda está confuso demais para fazer escolhas mais conscientes…

Não sinta a necessidade de atender a rótulos, mas tire um tempo para entender o que você quer e espera da vida – e de um parceiro – antes de entrar de cabeça nesse mundo novo.

#6. Sair do armário é um processo que nunca acaba

Aliás, com o tempo você descobrirá que sair do armário é um processo contínuo.

A vida gay é cheia de primeiras vezes – e você deverá estar preparado para enfrentar cada uma delas.

Uma nova cidade, um novo trabalho, um novo médico, uma nova amizade. Você continuará afirmando a sua homossexualidade constantemente em todas essas situações. Inevitavelmente.

Se não fizer isso, será o mesmo que voltar para dentro do closet outra vez… Mas vai ficando cada vez mais fácil, não se preocupe.

E você também não precisa anunciar num megafone que é gay, basta introduzir o assunto sutilmente. Falando do namorado, do pegada ou da festa LGBT que você está louco para ir no final de semana. Pronto, mensagem entendida.

#7. Você chega à conclusão de que deveria ter saído do armário antes

Claro que cada um tem o seu tempo, o seu momento. E isso, indiscutivelmente, deve ser respeitado.

Mas, a menos que você não tenha independência financeira e more numa casa extremamente homofóbica, com pais quase nazistas, vai se arrepender de não ter se assumido antes.

Às vezes, por medo, demoramos tanto para tomar uma atitude que esquecemos o quanto ela pode fazer a diferença.

Não estou dizendo que será fácil. Mas para que prolongar um sofrimento e adiar uma situação que será inevitável?

Sair do armário é a melhor coisa que você pode fazer por você mesmo.

Mesmo que algumas pessoas desapareçam da sua vida, mesmo que a relação com a sua família vire um caos, nada se compara à sensação de liberdade de ser sincero consigo mesmo.

As três palavras mágicas “eu sou gay” desacorrentam.

Acredite! Não tem nenhum olhar torto no mundo, nenhum cuspe na cara que dane esse sentimento.

No fim do dia, você deixa de alimentar – e iludir – os sonhos dos outros. E passa a realizar os seus sonhos.

O que vem depois?

Tá bom, mesmo depois de ler tudo isso, você continua com medo?

Medo que os amigos se afastem?

Medo de que a família te rejeite? De que não amem mais você como antes? De que você seja um motivo de humilhação para eles?

Então, saiba que você não está sozinho.

Conheça o Fora do Armário e descubra como você pode sair do armário da melhor maneira possível NA SUA SITUAÇÃO, seguindo simples (e estratégicos) passos.

O programa, testado e aprovado por muitos brasileiros, está dividido em 4 módulos, um para cada fase do processo de assumir-se gay. São instruções diretas e fáceis de colocar em prática.

Venha! Existe um mundo lindo te esperando do outro lado da porta 🙂

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