Gay no trabalho: devo sair do armário no ambiente profissional?

Dizem que a fórmula da felicidade está no equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal. De fato, é mesmo dficil ser feliz quando a corda fica bamba para um dos lados.

Eu diria mais: vida profissional e pessoal não só se complementam, como andam de mãos dadas.

Uma pessoa pode até estar super realizada no trabalho, mas, se a parte amorosa vai mal, em algum momento isso poderá impactar, decisivamente, nos resultados profissionais. Da mesma forma, de nada adianta viver um relacionamento perfeito a dois sem ter aquela ocupação que dá todo o sentido de existir.

Aqui no Conquistou, nós entendemos que bons profissionais têm mais chances de se transformar em bons namorados, bons companheiros, bons amantes. E queremos ver homens gays completos, da cama ao escritório.

Por isso, a pauta hoje é Gay no Trabalho.

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Você é assumido no trabalho?

Ser gay é estar constantemente saindo do armário. E engana-se quem pensa que, com o tempo, isso vai ficando mais fácil. Nem sempre.

Como se já não bastasse o difícil momento da revelação para família e amigos, junto com cada novo emprego, vem o dilema: assumir ou não a homossexualidade no ambiente de trabalho?

Para melhor ou para pior, botar a cara para fora do closet na firrrma é uma decisão que só cabe ao profissional tomar. O primeiro item a ser colocado na balança é o desejo pessoal.

Se você não é assumido e acha que ainda não está pronto, não precisa ter pressa. Tudo tem o seu tempo.

Porém, tenha em mente que, dos sonhos ou não, o trabalho é parte muito importante da vida de qualquer pessoa. Afinal, é onde passamos a maior parte do dia. E quer queira quer não, convivemos mais com os colegas de equipe do que com o próprio parceiro.

Ou seja, estar enclausurado é o mesmo que viver se escondendo 40 horas na semana, 200 horas no mês e 2.400 horas no ano.

Ufa!

Será que vale mesmo a pena?

Do lado de dentro

Por medo de serem discriminados, demitidos ou terem sua competência colocada em dúvida, muitos profissionais optam por ficar do lado de dentro do armário – mesmo que isso represente estar constantemente em uma situação desconfortável.

O anonimato tem um preço caro a se pagar: é fonte de sofrimento que se renova de segunda a sexta-feira.

Isso porque até uma simples conversa sobre o que aconteceu no fim de semana ou o happy hour depois do batente se tornam um problema. Às vezes, questões que seriam banais, como ir ao casamento de um colega ou levar o parceiro no jantar de final de ano, podem virar um transtorno.

O stress e a energia gastos para esconder todo o tempo a verdadeira identidade têm consequências graves. Isso dificulta o engajamento da empresa com o profissional, o que influencia na sua satisfação com o ambiente do trabalho, na produtividade e, consequentemente, nos resultados.

Moral da história: além de infeliz, o funcionário acaba também com o próprio rendimento prejudicado.

Do lado de fora

Por outro lado, o gay que assume a sua real identidade com quem trabalha torna tudo mais fácil. A autoconfiança é fator determinante para a evolução pessoal e proativa dentro de qualquer contexto, e – aos olhos de uma corporação – gente com esse perfil é muito interessante.

O primeiro benefício a ser anotado é o grito de liberdade do: “sou gay e pronto. Gosto de homens e ninguém tem nada a ver com o que eu faço entre quatro paredes.”

Assumir a própria sexualidade determina, inclusive, melhor produtividade, afinal, sem a preocupação de se esconder na cabeça, o funcionário fica mais à vontade e consegue focar no que de verdade interessa.

O objetivo passa a ser provar competência, e não heterossexualidade.

Também a interação e o engajamento com a equipe mudam: se criam relações mais sólidas e com bom entrosamento. Sem falar que ninguém faz piadas abertas quando alguém é assumido – especialmente se esse alguém for o chefe.

“Bom dia, chefe! Sou gay”

Em todos os casos, para aqueles que estão na dúvida, o melhor a se fazer é sentir o ambiente antes de abrir o pote da purpurina.

Preste atenção nos funcionários:

Há outros empregados gays? Eles são visivelmente assumidos? Há homossexuais ocupando altos cargos? Você já escutou comentários preconceituosos de alguém da empresa?

Investigue, também, as leis contra discriminação do seu estado. Paralelamente, verifique as políticas da empresa e se há alguma norma contra discriminação, seja ela racial ou de preferência sexual.

Para quem está inseguro, a dica é abrir apenas uma fresta em vez de escancarar a porta do armário. Aborde discretamente o assunto e fique atento à opinião de quem trabalha com você. Aos poucos, é possível ouvir o que os colegas falam sobre o assunto dentro do escritório e avaliar a situação. Se o clima for favorável, a porta pode se abrir mais um pouco.

Você não precisa fazer um anuncio formal, nem circular da TI até a moça do cafezinho com uma bandeira gay na mão, mas pode, em gestos sutis, deixar escapar a verdadeira identidade sexual.

Experimente responder que saiu com o namorado quando perguntarem como foi o final de semana, ou dizer que foi naquela festa conhecida por ser supergay. Se a ideia é acabar logo com o mistério, coloque uma foto com o namorado na mesa e não minta que é seu melhor amigo.

No momento que surgir uma oportunidade para se assumir, fale primeiro para pessoas em quem você sabe que pode confiar e que pareçam mais open-minded.

Seja positivo e bem resolvido com a sua homossexualidade que os outros, naturalmente, vão valorizar a diversidade que você traz e agrega no ambiente corporativo.

E se os meus colegas de trabalho são homofóbicos?

Seus colegas de trabalho são visivelmente homofóbicos e fazem constantemente comentários bem desnecessários?

Bom, nesse caso, você pode tentar trazer mais informações sobre a necessidade de igualdade e de combate ao preconceito no ambiente profissional, para que essas pessoas que trabalham com você abram a cabeça delas pouco a pouco.

Porém aqui um alerta: quem não quiser abrir a cabeça, simplesmente continuará com as mesmas ideias retrógradas. E de nada adiantará os seus esforços.

Então, você poderá ir para um outro caminho: o de constrangê-los.

Seja espontâneo e fale abertamente como aquilo te incomoda, como aquela carga de preconceito te afeta diariamente e como você acha desrespeitoso esses tipos de comentários. Mesmo que isso não mude nada, seus colegas, pelo menos, terão mais atenção antes de falar qualquer besteira.

Se nem assim eles ganharem um pouquinho de bom senso e o problema persistir, conte ao seu superior o que está acontecendo e peça providências. Faz parte do direito do trabalhador se sentir confortável e não acuado no seu ambiente de trabalho.

Lembre-se: você não precisa da aprovação das pessoas com quem trabalha. Você só precisa ser respeitado, e isso não é um favor. É uma obrigação, prevista por lei.

O que vem depois?

Já imaginou se alguém dissesse que é possível melhorar a autoestima, superar as armadilhas mentais e se tornar um homem altamente irresistível?

Pois é…

Preciso dizer para você que, sim, você pode atrair o cara que você quiser.

E não importa se você é gordo, magro, feio ou bonito…

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