“Todo gay é promíscuo”
Aquela afirmação clássica de alguém que perdeu uma bela oportunidade de ficar quieto…
E como a gente escuta ela por aí, não é mesmo?
Desde o papai conservador do amigo até a tia da padaria, todos têm um pitaco infundado na vida sexual alheia para dar. Afinal, medir as palavras antes de falar pra quê, né?
E a explicação, geralmente, é a seguinte: se todo homem só pensa em sexo, então, dois homens juntos, claro, viraria uma completa putaria…
Close erradíssimo, gatos e gatas!
Para começo de conversa, vamos esclarecer conceitos aqui.
Sim, porque o povo adora chamar os “viados” de promíscuo, sem nem ao menos saber o que a palavra significa.
Então, aí vai uma informação importante:
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), toda pessoa que teve mais de dois parceiros por ano é promíscua.
Sim, você leu direitinho:
Apenas mais de dois parceiros por ano.
Se até nas novelas os personagens trocam de parceiro a cada capítulo, essa classificação pode ser um pouco chocante, né não?
Viu só! Talvez você conheça mais gente promíscua do que imaginava…
Sinceramente?
Colocar toda a promiscuidade do mundo nas costas dos gays é mais um daqueles mitos carregados de preconceito e de generalização.
Claro que o meio gay pode, sim, ser bem promíscuo. Jamais ousaria dizer o contrário.
Você pode ir numa balada e pegar 10 descamisados sem ao menos ter perguntado o nome de nenhum. Pode fazer o banheirão. Pode apostar a sorte em um “glory hole”. Pode frequentar saunas e cinemas pornôs.
Sim, você pode fazer tudo isso.
Mas dizer que TODO homem gay curte esse tipo de coisa é o mesmo que dizer que todo macho hétero é escroto, ou que toda mulher sonha em casar de branco e ter filhos…
Não é verdade!
Existem, sim, gays mais exacerbados sexualmente. Como também existem héteros. Como também existem mulheres.
E que fique bem claro: isso não é uma crítica à promiscuidade. Sou da teoria que cada um é bem livre para fazer o que bem entender da própria vida e do próprio corpo.
Isso é, sim, uma crítica ao estigma, à generalização e à necessidade que as pessoas têm de empacotar outras em padrões.
Nem todos os gays são sarados, bem penteados, com senso de moda e talento musical. Alguns não são sequer sensíveis, como muitos gostam de acreditar.
Então, não se deixe rotular: rótulos foram feitos para embalagens.
Quer arrumar um namorado e ficar só com ele, no maior romantismo e sem nunca pular a cerca?
Ótimo, seja muito feliz.
Quer passar o rodo em geral, porque a vida é curta e o tesão é grande?
Ótimo também!
Nenhuma opção é mais bonita do que a outra só porque de repente o tio do supermercado pensa assim.
Entenda de uma vez por todas:
Não existe um modelo para a homossexualidade porque ela é apenas uma característica, como a cor dos olhos ou o tamanho do pé.
Casais gays também querem ter família, filhos, cachorro e papagaio. Assim como alguns casais héteros também querem se divertir e curtir a liberdade além dos carnavais.
E tá tudo bem.
Cada caso é um caso.
A verdade, meus amores, é que promiscuidade não escolhe sexualidade. Héteros podem ser promíscuos, gays podem ser promíscuos, lésbicas podem ser promiscuas…
Aliás, promiscuidade, drogas e doenças não definem e não são exclusividades do mundo gay. Sempre bom lembrar!
Generalizar é sempre um erro.
Todo homem gay gosta de homem. Ponto.
O resto é pura generalização idiota.